terça-feira, janeiro 26, 2010

O que você espera?

Como dizia o filósofo romano Sêneca, enquanto esperamos viver, a vida passa rapidamente. Isso nos faz pensar em nossa vida e na maneira que a levamos dia após dia, buscando sempre felicidade plena . Cada um de nós com os seus sonhos, projetos, metas e desafios a enfrentar, somos levados para outro argumento, do filósofo alemão, Immanuel Kant que diz “se a felicidade fizesse parte da natureza humana, Deus não nos teria dado inteligência”.Como trata as páginas amarelas da Revista Veja (edição 22/10/2008), desde sempre o ser humano vive seus conflitos e tenta gerenciá-los da forma que pode. Na atualidade, observamos um aumento da insatisfação que nos leva a temores cotidianos e recorrentes, onde o ato de comprar é uma das coisas que mais garante sensação passageira de satisfação e alegria, enfatizando que vivemos na era do hiper-consumismo.E assim, enquanto esperamos conseguir uma bolsa de estudos no exterior, uma promoção na empresa, uma casa quitada, um carro do ano, uma conta peso pesado no banco, roupas da moda no armário, condições de tirar férias num lugar paradisíaco, levantamos e deitamos todos os dias focados naquilo que um dia nos trará alegria de viver e, novamente, nos lembramos de Sêneca: enquanto esperamos viver, a vida passa sem se vê.A Revista Veja perguntou ao francês Luc Ferry, de 57 anos, que transforma seus livros em best-sellers: Então o senhor concorda que o homem nunca foi tão infeliz como atualmente? - “Há um descontentamento generalizado no mundo moderno. A sociedade se interessa mais pelos meios em si do que pelos fins. A sociedade se movimenta no sentido de estabelecer a concorrência acirrada entre todos os indivíduos, sem ob-jetivos finais claros. A história não se move pela aspiração a um mundo melhor, mas pela ação mecânica da competição”.Mediante essa tese de muitos filósofos contemporâneos, o êxito pessoal é o que importa. Precisamos ter poder, dinheiro, um carro novo, um (a) companheiro (a) novo (a), os filhos mais bonitos, tudo para conseguir o reconhecimento alheio e nos sentir superiores aos outros, pensando, na mera ignorância dessa era insatisfeita, de que felicidade se compra e assim, essa geração vai “vivendo”, esperando por dias cada vez melhores que se distanciam a cada amanhecer pelo simples fato de desconhecerem que a felicidade se encontra nas coisas mais simples que não possuem preço e também não estão à venda, podendo facilitar o acesso mas não garantir a permanência da “felicidade que se espera”.

Michele Fernandes
http://jovemcomconteudo.blogspot.com/2008/12/o-que-voc-espera.html